Ontem me deparei com uma menina sentada no chão do banheiro feminino. O que pra mim é bem nojento.Espantada estiquei a mão convidando-a para levantar e por extinto perguntei o que lhe aocontecera, ela não esticou a mão, mas me contara a história sobre quem era apaixonada. Eu devia saber, sétima série, olhos negros como a noite de uma pele morena clara mais sensível possível, rabiscaram o seu caderno com o nome do tal amado, para ela o fim do mundo, sim, ele tinha visto, esse era o motivo pelo qual teimava em ficar no banheiro, caso saísse todos ririam dela.
Fiquei um pouco chocada confesso, achei que isso só acontecesse há anos atrás, nos meus tempos de sétima série, hoje em dia meninas que não podemos chamar mais de meninas e sim de mulheres, se vestem melhor, tem atitudes melhores, acabam enfrentando homens como se eles não fossem nada.
Batom vermelho, olhos esfumaçados, aos treze saindo pra balada, não achei que tivessem corações partidos.
Estava enganada, muitas delas precisam de carinho, abraço maternal, se debruçar em lágrimas enquanto alguém passasse delicadamente as mãos pelos seus cabelos, realmente seriam necessários remédios para aquela doença maravilhosa que chamamos de amor.
O conselho que dei a ela foi para ir até o menino e se declarar, porque afinal, ele também poderia sentir o mesmo por ela e ter a mesma vergonha também. Alguém tem que dar o braço a torcer não tem? Então seja você o primeiro! Afinal, você poderia perder o grande amor da sua vida se tivesse que passar por uma situação dessa.
Beijos
Bia.
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